"A mídia, de modo geral, incluída a Folha, comunga com
empresários e políticos o discurso, mais ou menos unânime,
de que a educação, na dita "sociedade do conhecimento", em
que nos encontramos atualmente, é a coisa mais importante,
devendo ser, portanto, a prioridade número 1 dos governos e da
sociedade como um todo.
No entanto, assim como os governos relutam em traduzir a
referida prioridade em mais investimentos, a mídia também se
nega a traduzi-la no noticiário referente às iniciativas educacionais.
A semana que passou foi palco de um dos principais
acontecimentos da educação brasileira: a Conferência Nacional
de Educação (Conae), aberta em Brasília na noite de 28 de março,
e encerrada no dia 1º de abril.
Essa conferência tratou de dois temas fundamentais: a organização
do Sistema Nacional de Educação e a elaboração do Plano Nacional
de Educação, que deverá substituir o atual. Dos resultados da Conae
deverão sair projetos de lei a serem encaminhados ao Congresso
Nacional para discussão e aprovação.
Apesar da grande importância desse acontecimento, a mídia falada
e escrita nada publicou a respeito. Acompanhei como assinante
a Folha para ver o que seria publicado sobre o assunto. A Conae
se encerrou e nada encontrei. Como explicar essa omissão da
mídia diante de algo que ela mesma proclama como de
transcendental importância? Seria tal proclamação apenas
uma máscara a disfarçar o desinteresse de nossas elites
dominantes e dirigentes no que se refere a uma educação
que efetivamente venha a propiciar a toda a população brasileira
uma visão clara e consistente da situação em que vive?"
DERMEVAL SAVIANI, professor emérito da Unicamp (Campinas, SP)
empresários e políticos o discurso, mais ou menos unânime,
de que a educação, na dita "sociedade do conhecimento", em
que nos encontramos atualmente, é a coisa mais importante,
devendo ser, portanto, a prioridade número 1 dos governos e da
sociedade como um todo.
No entanto, assim como os governos relutam em traduzir a
referida prioridade em mais investimentos, a mídia também se
nega a traduzi-la no noticiário referente às iniciativas educacionais.
A semana que passou foi palco de um dos principais
acontecimentos da educação brasileira: a Conferência Nacional
de Educação (Conae), aberta em Brasília na noite de 28 de março,
e encerrada no dia 1º de abril.
Essa conferência tratou de dois temas fundamentais: a organização
do Sistema Nacional de Educação e a elaboração do Plano Nacional
de Educação, que deverá substituir o atual. Dos resultados da Conae
deverão sair projetos de lei a serem encaminhados ao Congresso
Nacional para discussão e aprovação.
Apesar da grande importância desse acontecimento, a mídia falada
e escrita nada publicou a respeito. Acompanhei como assinante
a Folha para ver o que seria publicado sobre o assunto. A Conae
se encerrou e nada encontrei. Como explicar essa omissão da
mídia diante de algo que ela mesma proclama como de
transcendental importância? Seria tal proclamação apenas
uma máscara a disfarçar o desinteresse de nossas elites
dominantes e dirigentes no que se refere a uma educação
que efetivamente venha a propiciar a toda a população brasileira
uma visão clara e consistente da situação em que vive?"
DERMEVAL SAVIANI, professor emérito da Unicamp (Campinas, SP)
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