Sejam bem Vindos ao meu Cantinho!

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"... E o enchi com o meu Espírito. Eu lhe dei inteligência, competência e habilidade para fazer todo tipo de trabalho artístico; para fazer desenhos e trabalhar em ouro, prata e bronze; lapidar e montar pedras preciosas; para entalhar madeira; e para fazer todo tipo de artesanato." Ex 31.3-5

sexta-feira, 4 de março de 2011

O psicopedagogo x Dislexia: como proceder?





O psicopedagogo x Dislexia: como proceder?
“A psicopedagogia é uma área de atuação profissional que tem, ou melhor, busca uma identidade e que requer uma formação de nível interdisciplinar, o que já é sugerido no próprio termo psicopedagogia”.
(Bossa, 1995 , p. 31)

Como se sabe, a linguagem é fundamental para o sucesso escolar, pois está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna no processo ensino-aprendizagem.
Sob este viés, dentre as várias dificuldades de aprendizagem associadas ao insucesso da vida estudantil, a dislexia se destaca por estar relacionada à leitura e à escrita, que são fundamentais no processo de aprendizagem.
Partindo desses pressupostos a dislexia merece uma atenção especial no cenário atual para que haja uma efetiva ação psicopedagógica com o objetivo de “diminuir” seus sintomas.
Segundo GONÇALVES (2006) a dislexia é um distúrbio de aprendizagem que envolve áreas básicas da linguagem, podendo tornar árduo esse processo, porém, com acompanhamento adequado, a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.
Desse modo,o psicopedagogo é um dos profissionais que faz parte do grupo multidisciplinar de avaliação da dislexia, logo, é relevante focar o estudo na concepção psicopedagógica, pela sua importância na instituição escolar, bem como na avaliação diagnóstica e no tratamento de alunos disléxicos.Não pretendemos com isso dizer que o psicopedagogo se ocupa somente de aprendentes com sintomas especiais,ao contrario, cabe ao psicopedagogo Institucional trabalhar com todos os aprendentes potencializando assim a aprendizagem de todos.
No entanto como bem destaca Bossa (1994) a Psicopedagogia trabalha e estuda o processo de aprendizagem, contribuindo na recuperação das habilidades cognitivas, emocionais, sociais, visando o sucesso nos diversos contextos em que atua. Segundo FREITAS (2006, p.1) a atuação do psicopedagogo é uma busca constante ladeada por diversos teóricos, visando maior capacitação e compreensão do cliente/paciente disléxico. Essa busca de técnicas e estratégias de trabalho visa o que mais fará sentido ao disléxico; “objetiva em suas sessões conhecer, entender e esclarecer o mecanismo manifesto junto dele, seja através de jogos, de vivências e de discussões de temas pertinentes, buscando e permitindo o conhecimento”. A abordagem de trabalho associa o estímulo e o desenvolvimento através de métodos multissensoriais, que partem da linguagem oral à estruturação do pensamento, da leitura espontânea à discussão temática, da elaboração crítica e gerativa das idéias à expressão escrita, incorporando o processo da aprendizagem.
Neste sentido torna-se uma condição sine qua non compreender não apenas o porquê da não aprendizagem, mas o que aprender e como se desenvolve este processo. Deve-se também valorizar o conhecimento do aprendente, valorizando a sua auto-estima, trabalhando com procedimentos específicos e individualizados em cada atendimento.
A responsabilidade e seriedade do trabalho psicopedagógico com clientes disléxicos, faz com que muitos alunos propensos ao fracasso escolar sejam resgatados, através de um plano de trabalho individualizado e comprometido com o sucesso em todos os âmbitos: escolar, emocional e social.
De acordo com Gonçalves (2005), grande parte da intervenção psicopedagógica estará em buscar os talentos do disléxico, afinal os fracassos, sem dúvida, ele já os conhece bem. Outra tarefa da clínica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do processo de intervenção. À medida que o disléxico se percebe capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima.
Outro aspecto de suma importância referere-se ao fato da avaliação a ser realizada com alunos disléxicos. Pois como bem destaca Teixeira e Nunes (2008 p.85):
Avaliação tem um papel imprescindível no processo de aprendizagem. Entender o sentido da avaliação, o “como” e “para que” avaliar, interfere intermitentemente no tipo de sujeito que se quer formar. E tendo em vista uma avaliação formativa que preconiza uma competência questionadora (re)construtiva e não a simples reprodução de saberes e fazeres, isto faz com que se incorpore no ato avaliativo o desafio de superar as dificuldades de aprendizagem e de desenvolvimento de cada educando.Isso porque compreender as particularidades de cada educando é uma condição sine qua non.

As crianças com dificuldade de linguagem têm problemas com testes e provas e em geral, não conseguem ler todas as palavras das questões do teste e não estão certas sobre o que está sendo solicitado. Elas têm dificuldade de escrever as respostas, sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado. A esse respeito Teixeira e Nunes (2009) recomendam que, ao elaborar, aplicar e corrigir as avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula, adote os seguintes procedimentos:

• Leia as questões/problemas junto com o aluno, de maneira que ele entenda o que está sendo perguntado;
• Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe eventuais dúvidas sobre o que está sendo perguntado;
• Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com calma;
• Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando sua(s) resposta(s)
• Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do aluno, pois frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou informações erradas;
• -Realização de avaliações orais.
Além disso, cabe destacar a importância dos professores compreenderem o problema da criança disléxica para que não seja taxada de “preguiçosa” ou “estúpidas”, e da participação dos pais como defensores, facilitadores de intervenções apropriadas e fonte de apoio emocional. É importante que os pais forneçam experiências de êxito a seus filhos e monitorem os problemas psicológicos secundários.
Afinal como bem destaca Bauer (1997) se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que ensinar do jeito que ele aprende!

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